segunda-feira, 4 de junho de 2007

diário psicografado

Meu nome é Neca, vou psicografar um cara chamado Raul Cassou que tem fobia de computador.Essa Poaéboa entrou na nossa vida,pelo elevador do Shopping Moinhos, onde encontramos a Maria . Íamos ver Borat (sem comentários) e ela disse depois do oi: "Torçam para UMA COISA dar certo, que se der, vamos chamar o Cassou". Mesmo sem saber o que era, ficamos torcendo por umas duas semanas até que o mistério tomaselliano começasse a se desfazer. Aí, as informações começaram a chegar aos pedaços, à la Franckstein, um dia o Homero explicava uma parte, outro dia o Paulinho arrematava outra, até que um dia atendo um telefonema peremptório: "Afinal, o Cassou vai ou não vai participar do Jardim? " Respondi que claro, que ia sim, que ele já tinha dito pro Paulinho e pro Homero que sim , que tinha adorado a idéia. Mas Dona Maria não se deu por achada: "ele tem é que dizer é pra mim, mandar o e-mail, o endereço, os telefones, tudo!" Aí resolvi me oferecer para intermediar as relações, caso contrário, o Raul seria banido do paraíso, digo, do jardim, sem sequer ter entrado. Desde então, procuro obedecer à todas as ordens, para evitar o banimento. A idéia do jardim nos seduziu, pois nossa vida é fazer um jardim ao contrário (temos que cortar ao invés de plantar, pois nosso sítio foi tomado por invasoras exóticas) , então seria bom plantar, ao menos para variar. O fato de ser no DC, foi outra interessante coincidência, pois além de ser próximo ao local de trabalho do Raul e point dos cafezinhos, é próximo ao Parque Mascarenhas de Morais, onde costumamos ir ver pássaros. A mistura de jardins e pássaros, pareceu perfeita, e como EssaPoaéboa seria uma criação coletiva de um grande grupo, por analogia, o Raul mentalizou os maçaricos, aves da família dos íbis, ave sagrada no antigo Egito, que muitas vezes foi encontrada mumificada junto com os Faraós. Essas aves voam sincronicamente reunidas em bandos e os artistas que também estarão reunidos em bandos,esperamos que também voem com a mesma sincronia. Os maçaricos sobrevoam o DC, com seus lindos bicos arqueados, no final da tarde, para seu dormidouro no Parque.A idéia foi tirar do céu algumas dessas aves, e fazê-las pousar no jardim. E é o que está sendo feito: no início era o arame, e do arame com a tela, fez-se a forma. Tiras de jornal, com letras e notícias alegres e tristes, passaram a envolver as formas, amalgamadas pela cola. Virou paixão. Nossa casa virou um aviário. A Maria pediu fotos, eu imediatamente fotografei e mandei. Depois me arrependi: onde já se viu artista atender rapidamente aos apelos? Pensei: putz, o Cassou vai ficar mal visto.Resolvi me recolher.Com o passar do tempo, passei a ajudar a rasgar os jornais, de metida comecei a colar uma tira aqui, uma ali "para ajudar". Depois comecei a pirar, querer organizar, escolher os papéis, uma camada só em preto e branco, uma só colorida, por prazer, mesmo sabendo que tudo iria desaparecer. Num determinado momento, o Raul começou a pintar "peles" esticadas sobre as aves, presas por fivelas, mas decidiu manter a base aparente. Continuei fotografando, mas aí resolvi guardar, ser mais comedida. E o passaredo foi aumentando, aumentando e hoje já temos dois maçaricos em pé, um socozinho, um maçarico voando. O louco quer fazer 12! BREVE SEQUÊNCIA, SE NÃO CORTAREM MAUS NAIPES.

Um comentário:

TO disse...

e cadê as fotos todas? manda!!!!!!!!!!!!!, p.f.